Dosagem do fator natriurético atrial em pacientes pediátricos submetidos à ventilaçäo pulmonar mecânica / Dosage of atrial natriuretic peptide in pediatric patients submitted to mechanical ventilation

OBJETIVOS: Os objetivos deste trabalho foram verificar se existe alteraçäo na secreçäo do fator natriurético atrial (FNA) em crianças submetidas à ventilaçäo pulmonar mecânica e se essas possíveis alterações levariam à modificações no débito urinário e na excreçäo urinária de sódio. METODOLOGIA: Estudo prospectivo, realizado em uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos Terciária, em nove crianças submetidas à ventilaçäo pulmonar mecânica para recuperaçäo anestésica, exceto em uma que sofreu traumatismo cranioencefálico näo-cirúrgico. O período de estudo foi de Setembro de 1995 a Março de 1996. Aguardava-se pelo menos três horas do início da ventilaçäo pulmonar mecânica e entäo colhia-se amostra de sangue para dosagem de fator natriurético atrial, gasometria arterial, glicemia, creatinina e eletrólitos. Coletava-se ainda urina durante 6 horas para a verificaçäo do débito urinário e da concentraçäo de sódio. Depois da extubaçäo, aguardava-se por um período de 15 a 30 minutos e colhia-se sangue e urina para as mesmas dosagens realizadas anteriormente. A comparaçäo estatística foi feita pelo teste näo-paramétrico de Wilcoxon Signed Rank, sendo o nível de significância de 0,05. RESULTADOS: O fator natriurético atrial mostrou uma tendência ao aumento quando a ventilaçäo pulmonar mecânica foi retirada (p= 0,0547). O débito urinário e a natriurese näo se alteraram com a ventilaçäo pulmonar mecânica. CONCLUSÕES: A tendência ao aumento do fator natriuretico atrial ocorreu provavelmente por diminuiçäo da pressäo intratorácica. A reposiçäo volêmica no trans-operatório pode ter influenciado no débito urinário e na natriurese. Em pacientes submetidos à ventilaçäo pulmonar mecânica por períodos prolongados, com altos parâmetros de pressäo inspiratória e pressäo expiratória final positiva, seria interessante a dosagem do fator natriurético atrial e se esse se encontrasse diminuído, seria uma indicaçäo para o seu uso

Liberaçäo de pressäo de vias aéreas em pacientes pediátricos submetidos à cirurgia cardíaca / Airway pressure release in postoperative cardiac surgery in pediatric patients

OBJETIVO: Comparar três modos de VPM, a ventilação mandatória intermitente com pressão expiratória positiva (VMI+PEEP), a VLPVA e a utilização de pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) em crianças no pós-operatório de cirurgia cardíaca com hipertensão pulmonar e lesão pulmonar leve ou moderada. MÉTODOS: Estudados 10 pacientes com monitorização respiratória (Bear Neonatal Volume Monitor-1Ò), em VPM com aparelho de fluxo contínuo, ciclado a tempo e limitado a pressão. As variáveis cardiocirculatórias analisadas foram a pressão venosa central (PVC), extração de oxigênio (ExtO2), freqüência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial média (PAM) e a diferença artério-venosa de CO2 (D(A-V)CO2). Utilizou-se o teste não-paramétrico de Friedman para comparar as variáveis aferidas nas três modalidades de ventilação e o teste de Wilcoxon para a comparação das variáveis obtidas em duas das modalidades. RESULTADOS: A pressão média de vias aéreas (PMVA) apresentou um aumento significante durante a VLPVA em relação à VMI+PEEP (p=0,012). A pressão inspiratória positiva (PIP), o volume minuto e a relação da pressão arterial de O2 com a fração inspirada de O2 (PaO2/FiO2) não mostraram diferença estatística. Houve uma diminuição da freqüência respiratória (FR) na VLPVA (p=0,004) e um aumento do volume corrente (VC) (p=0,045) comparativamente aos outros dois modos de ventilação. A PVC foi a única variável cardiocirculatória que apresentou alteração mostrando ser maior (p=0,019) na VLPVA. CONCLUSÕES: Devido à metodologia empregada, houve um aumento significativo da PMVA na VLPVA, com conseqüente aumento do VC e manutenção das outras variáveis respiratórias e cardiocirculatórias quando comparados os três modos de VPM, indicando ser a VLPVA um método seguro e de fácil aplicação.

Sorologia positiva para sífilis no período neonatal: prevalência em maternidade de nível secundário; associaçäo com fatores de risco maternos e com sorologia positiva para HIV-1 / Positive serology for syphilis in neonatal period: prevalence in secondary level maternity; association with maternal risk factors and with positive serology for HIV-1

Este estudo teve como objetivos: observar a incidência de soropositividade para sífilis (RSS+) em recém-mascidos (RN) de maternidade de nível secundário; verificar associaçäo entre RSS+ no RN e fatores de risco maternos para aquisiçäo de sífilis; definir o impacto dos critérios diagnósticados de sífilis congênita propostos pelo CDC; observar uma possível associaçäo entre sorologia positiva para sífilis e para HIV-1. De dez/91-jul/92 estudou-se 3.664 nascidos-vivos através do VDRL e hemaglutinaçäo indireta (HAI) para sifilis (sangue de cordäo). Nos RN RSS+ avaliou-se: se a mäe apresentava fatores de risco para sífilis; se o RN se enquadrava nos critérios diagnósticos propostos pelo CDC e se a sorologia para HIV-1 (ELISA) era positiva. O grupo controle constituiu-se de 200 RN com VDRL E HAI para sífilis negativos nascidos em jan/92. Análise estatística foi realizada pelo qui-quadrado (significante p < 0,05). Dentre os 3.664 RN estudados, 5,6// eram soropositivos para sífilis. Verificou-se forte associaçäo entre RN RSS+ e idade materna maior que 20 anos, falta de parceiro sexual fixo, promiscuidade sexual, uso de drogas, ausência de pré-natal, multiparidade e natimortalidade pregressa. Todos os RN soropositivos para sífilis enquadraram-se no diagnóstico de sífilis congênita provável segundo critérios do CDC: tratamento inadequado na gestaçäo. Dos 205 RN RSS+, em 50 foi feito o estudo do HIV-1 e 12// deles eram HIV-1 positivos. Poucas doenças säo mais atuais que a sífilis congênita

Effect of malnutrition on lung phospholopid, pressure-volume curve and arterial blood gases: experimental study in rats

In order to study the effects of chronic malnutrition on lung surfactant, adult male Wistar rats reciving a standard diet (SD) were comparaed to animals submitted to food restriction (FR). SD rats given food and water and libitum and FR rats were allowed half (10g) of their usual food comsumption and water ad libitum, for 28 days. the evaluation of the pulmonary surfactant included pressure-volume curve with air inflation, pH and artherial blood gas measurements with rats breathing room air and 100 percent oxygen and determination of phospholipids in the lung washouts. In the pressure-volume curve, the volumes retained at 5 and 10 cmH2O of transpulmonary pressure (Tpt) and the Tpt of 40 percent of total lung capacity (TLC) were not significantly different between the two groups, showing that food restriction did not increase the surface forces. the increase in TLC/lung wet weight ratio in the FR group, probably was secondary to decrease in the elastic recoil forces in the lungs. The PaO2 did not show any significant difference between the groups. The arterial blood pH and PCO2 were also similar in both, SD and FR groups. Total phospholipid content in the lung washouts related to be weight was not signifiantly different in SD as compared with FR rats. Therefore, in this malnutrition model of rats, no alterations in pulmonary surfactant could be shown

Effects of dipyrone on the placenta of albino rats: morphological and biochemical aspects

The effect of dipyrone (N-2,3-dimethyl-5-oxo-1-phenyl-3-pyrazolin-4-yl)-methyllamino methanesulfonate sodium monohydrate) on the placenta of 2 BAW albino rats was studied through Karyometry of trophoblastic giant cells and DNA, RNA and total protein determinations. The animals received a single daily dose of 50 mg/Kg body weight during different periods of pregnancy: from the 9th to the 12th, 11th to the 14th, 13th to the 16th, 15th to the 18th and 17th to the 20 thday. Control animals received a single daily dose of 0.5ml distilled water at the same time. Karyometric results showed a statistically significant increase in nuclear volumes of placental cells of rats receiving dipyrone during the first three periods, when compared to control groups. In the two groups that received the drug nearer to term there was no significant difference. Regarding DNA, RNA and total protein determinations, there was a statistically significant difference, for all of them, in the rats that received the drug from the 9th to the 12 th day of pregnancy when compared to the control group. There was no significant difference in the groups that received the drug after that period. The results show that dipyrone had a blocking effect on cell division and that this effect happens mainly in the initial period of placental development

Positive serology for Chagas' disease among women from nonendemic urban areas

Important transformations in the profile of health and disease of the Brazilian population have been broughtby migrations from the rural to the urban area. In relation to American trypanosomiasis this migration has increased the risk of the urbanization of the disease, meaning that in addition to the classical epidemiologic link "vector-to-man", the "man-to-man" transfusional or transplacental transmission becomes important. Three hundred women, in reproductive age (mean of 29 years), all migrants from Brazilian rural area and presently settled in the urban area of Sao Paulo, were studied. These people were from low socio-economical level, since in 70 per cent of the cases the per capita income was less than one minimum wage. Serodiagnosis for Chagas' disease was done by indirect hemagglutination and immunofluorescense tests. Sixteen women (5.3 per cent) were positive for one or both tests. Seropositive and seronegative groups were compared taking into account socio-economical data, gestational antecedents (parity, miscarriages, perinatal mortality and low birth weight) and familiarity with Chagas' disease and its vector. No significant differences were found between these two groups. The consequences of the seropositiveness found in this group of women in reproductive age, presently living in urban nonendemic areas are discussed, giving emphasis to the risk of spreading the disease by transmission "man-to-man".